Para quem trabalha com Publicidade, é claro que criar uma boa campanha é o seu maior objetivo. A cada vez que se aceita uma campanha, a ideia é que ela seja a melhor, com direito até mesmo a receber prêmios.
O Cannes Lions, inclusive, é um dos maiores reconhecimentos que os profissionais da Publicidade podem receber, já que é concedido apenas àquelas campanhas que, de fato, trazem algo inovador.
A seguir, um bom exemplo de qual poderia ser o melhor filme publicitário de todos, aquele com potencial mesmo para fazer a concorrência chorar. Entenda qual é a razão do seu destaque e porque ele viralizou dentre as agências e dentre o público.
Marca Under Armour recebeu o reconhecimento de melhor vídeo publicitário
No ano de 2016, uma marca de roupa esportiva chegava com uma campanha publicitária poderosa, que fez com que as pessoas pensassem mais sobre como externava a sua opinião sobre as outras.
Inclusive, algo que cooperou para que a atenção dos consumidores fosse chamada é que eles mesmos estavam no centro da campanha publicitária. Afinal, os seus comentários sobre Gisele Bündchen eram o mote principal de tudo.
Para contextualizar: a campanha mostra Gisele em um galpão no qual há um saco pendurado. Ela pratica kickboxing sozinha e apenas aparece na tela.
Pode parecer que as paredes do galpão são brancas demais e que faltam elementos de cor, mas é tudo bastante calculado: nessas paredes começam a aparecer mensagens escritas pelos usuários das redes sociais sobre a Gisele.
Algumas reforçam a sua beleza e como ela conseguiu construir uma bela carreira e uma linda família. Outras falam que ela é somente uma modelo como qualquer outra e que até já está velha.
Enquanto as mensagens são projetadas, inicialmente nas paredes, Gisele segue praticando kickboxing. Aos poucos, as mensagens vão sendo projetadas SOBRE a modelo também, mas sem que isso afete a sua atividade física. O nome da campanha é I will what I want, ou seja, serei quem eu quiser ser.
Quais foram os fatores que o fizeram um viral?
A seguir, algumas razões pelas quais essa campanha fez a concorrência chorar e, na realidade, porque ela emocionou muitos consumidores.
1. Escolha de Gisele
Uma vez que a ideia da campanha é mostrar que as opiniões não podem definir o sucesso de alguém, é claro que a empresa teria de contar com alguém que, de fato, desperte muitas opiniões e a modelo Gisele Bündchen seria uma excelente escolha.
Com uma carreira internacional admirável e considerada alguém extremamente agradável e educada, Gisele tem fãs no mundo todo. Entretanto, também tem haters, ou seja, pessoas que a atacam por razões diversas.
De fato, há mesmo muitas pessoas que dizem que ela é apenas uma modelo como as outras, que ela só tem publicidade, que ela nem é tão bonita, etc. Basta ir às suas redes sociais para confirmar esses tipos de comentários.
Assim, a escolha de Gisele para ser a estrela do vídeo publicitário foi muito acertada e o resultado poderia ser comprometido se alguém com menos relevância fosse escolhido.
Além disso, há milhões de mulheres que têm o modelo como uma inspiração e que, por isso, podem se ligar mais à mensagem e à marca.
2. Cenário que não tira a atenção da mensagem
O vídeo publicitário tem uma mensagem bem específica e é preciso que as pessoas prestem atenção ao que é projetado nas paredes para que elas compreendam. Portanto, se houvesse mais cor no ambiente, especialmente nas paredes, isso poderia desviar a atenção.
Além disso, a marca já está contando com a própria Gisele e com a mensagem impactante de que a única coisa que deve importar é quem se deseja ser (e que a Under Armour entende e vai acompanhar o consumidor nessa jornada).
Vale dizer que o vídeo publicitário tinha como intenção despertar uma reflexão nos consumidores sobre o quanto a opinião dos outros os abalam. Porém, também tinha como objetivo mostrar que a Under Armour tem como meta valorizar a essência desses consumidores.
Para que toda essa associação seja feita, não dá para encher o vídeo publicitário de elementos que possam confundir.
3. Sensação “crua”
Não há dúvida de que o tema que esse vídeo publicitário aborda não é confortável: quem nunca ficou magoado por causa de uma opinião que alguém expressou?
É por isso que a ideia era mesmo trazer a ideia de “cru”, ou seja, sem conforto, sem consolo.
À medida que as mensagens positivas e negativas iam sendo projetadas e até absorvidas por Gisele, não se tem nada para atenuar.
O treino vai ficando apenas mais intenso, o que demonstra que, mesmo em cenário cru, desconfortável e hostil, dá para se superar e que a Under Armour é um apoio para isso.
Se o vídeo trouxesse elementos de conforto e de aconchego, isso ia contrastar demais com o contexto e confundir, trazendo contradição e reduzindo a credibilidade da marca.
4. Aprovação ou reprovação: até onde isso determina quem você é?
Uma das coisas que fizeram com que esse vídeo se tornasse um viral é a discussão que ele traz: até que ponto a opinião de terceiros pode impedir você de ser o que você quiser?
Muitas vezes, a opinião de amigos, de familiares e até de desconhecidos pode acabar minando a autoconfiança, a autoestima, exatamente como acontece com Gisele.
Porém ela absorve as mensagens que são projetadas sobre ela e intensifica o seu treino. Essa é a forma que ela encontra de passar por cima das opiniões que os outros externam, mas que não afetam de verdade quem ela é.
Em um mundo no qual as pessoas criticam sem muita piedade na Internet e o respeito aos sentimentos está sendo mais discutido, bem como o empoderamento, esse vídeo acaba fomentando uma discussão social.
Sem dúvida, a junção de tudo isso fez do vídeo da Under Armour, em 2016, um exemplo de publicidade.
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